Abrimos a semana de feriado com a poesia indicada pelo Lucão em “O livro das semelhanças” (Companhia das Letras), de Ana Martins Marques.
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Ana Martins Marques foi uma dica de poetas do Amapá. Nesse fim de ano me lembrei da dica e comprei “O livro das semelhanças”, como quem quita uma dívida antiga. Paguei a mim mesmo com esse presente e, quando terminei a leitura, fiquei com a sensação de que me devia esse livro. Adoro quando a poesia não subestima o leitor nem, tampouco, superestima a autora. Ana Martins Marques transforma o banal em genialidade. E é isso que me pega, a genialidade de brincar tão bem com o simples: “Viajamos lado a lado / como numa edição bilíngue”. A autora abusa — num raro bom sentido da palavra — das analogias, tão importantes para a poesia. Não há uma palavra rebuscada. Mas não se engane, o livro é sofisticado demais. Foi um presentão de Natal. Obrigado, Ana Martins, poetas amigos e a mim mesmo pelo presente.
