O escritor Thiago Vilard oferece sua FRASE SUBLINHADA na página 5 de “Angústia” (Círculo do Livro), de Graciliano Ramos, e comenta: “Eis a perfeita analogia em meio ao declínio e à desvalorização atual da cultura, sobretudo da literatura. Um tipo de meretrício mal-ajeitado em desespero, querendo revelar a sedução que ainda existe nas livrarias. E estas lutando pela própria existência dentro do turbilhão tecnológico que — à maioria — parece a meretriz mais interessante.”
“Certos lugares que me davam prazer tornaram-se odiosos. Passo diante de uma livraria, olho com desgosto as vitrinas, tenho a impressão de que se acham ali pessoas exibindo títulos e preços nos rostos, vendendo-se. É uma espécie de prostituição. Um sujeito chega, atenta, encolhendo os ombros ou estirando o beiço, naqueles desconhecidos que se amontoam por detrás do vidro. Outro larga uma opinião à-toa. Basbaques escutam, saem. E os autores, resignados, mostram as letras e os algarismos, oferecendo-se como as mulheres da Rua da Lama.”