LUIZ BIAJONI LÊ SIMON HANSELMANN

Autor de ELVIS & MADONA (Bazar do Tempo) e A COMÉDIA MUNDANA (Língua Geral), entre vasta obra de ficção, Luiz Biajoni acaba de terminar a leitura de “Zona de Crise” (Veneta), história em quadrinhos do cartunista premiado Simon Hanselmann, ambientada na pandemia e classificada pela Forbes como “melhor documento histórico para nos lembrarmos do que nos tornamos em 2020”. Ao comentar o livro alucinante, Biajoni avisa: “Leia por sua conta e risco”.

Os primeiros romances que escrevi, compilados depois no volume “A COMÉDIA MUNDANA – TRÊS NOVELAS POLICIAIS SACANAS” (Lingua Geral, 2013), são recheados de crimes, sangue, perversão, fetiches, sexo, drogas e putaria pesada. Li vários livros nessa linha, mas nada me preparou para o que faz o quadrinista Simon Hanselmann – nunca tinha lido nada tão doentio, pervertido, insano, agressivo, psicodélico, alucinado e alucinante, depravado e alegórico como esse “Zona de Crise”. De tão incrivelmente incrível, merece um único adjetivo, no final: sensacional.

Apesar de ter vários trabalhos lançados e prêmios lá fora, o primeiro volume com os personagens de Simon saiu no Brasil pela mesma editora Veneta há pouco mais de um ano, “Mau Caminho”, que apresenta os principais personagens do autor – basicamente, a bruxinha depressiva Megg; seu namorado Mogg, um gato maconheiro; o lobisomem traficante e pervertido Jones (pai de duas crianças alucinadas); a transexual Meleca e o Coruja, bem, uma coruja que tenta trabalhar dentro do caos que é onde vivem.

O primeiro capítulo da saga dessa turma é pesado em vários sentidos, desde o consumo de drogas a perversões sexuais diversas, mas o novo livro, “Zona de Crise” vai além. Um novo elemento foi adicionado ao caos caseiro da turminha de Simon: a pandemia. Aí a coisa descamba.

Sobre o volume, a Forbes escreveu:” Supondo que tenhamos um futuro pela frente, este livro será o melhor documento histórico para nos lembrarmos do que nos tornamos em 2020”. O traço de Simon é tosco, mas, de certa forma, nos comove. A edição da Veneta é de primeira, com vários extras, capa dura e impressão primorosa.

Leia por sua conta e risco.