DE MARSELHA, O RUÍDO DO MUNDO

A editora francesa Marie-Pierre Gracedieu, de longa carreira como responsável pela ficção estrangeira da Gallimard e, antes ainda, em La Cosmopolite das Editions Stock, deu uma guinada em sua trajetória e junto a Adrien Servières decidiu fundar Le Bruit du Monde (O ruído do mundo) não em Paris, mas em Marselha. Os primeiros lançamentos acabaram de acontecer sob o compromisso da casa de publicar o melhor da literatura contemporânea da França e de todos os lugares.

Sem qualquer restrição de gênero e com o objetivo de ampliar os horizontes literários com novas vozes francófonas e também com literatura de tradução, a editora pretende lançar uma média de 20 livros por ano. O catálogo já conta com seis títulos de ficção e não-ficção, entre os quais há MAISON ATLAS, de Alice Kaplan, romance sobre o exílio de uma família judia na Argélia sob o regime colonial francês, e DE NOTRE MONDE EMPORTÉ, de Christian Astolfi, crônica política e social sobre um filho que busca honrar o legado do pai ao trabalhar nas docas no Sul da França no início dos anos 1930. O próximo lançamento da casa será CHÂTEAU PEKIN, de Bóris Petric, a sair em maio. Neste, o autor narra a relação entre as cidades de Bordeaux e Pequim, fortalecida nos últimos 20 anos pelo interesse chinês no tradicional vinho francês.

Le Bruit du Monde também busca investir nos autores ao oferecer cursos de escrita criativa. A escritora e tradutora francesa Agnes Desarthe ministrará um curso sobre a construção de personagens e Carole Martinez, ex-atriz, escritora e professora, ensinará a transformar em romance as memórias e a herança familiar.