Alberto Mussa

Alberto Mussa nasceu no Rio de Janeiro, em 1961. Contista e romancista, é autor do “Compêndio Mítico do Rio de Janeiro”, pentalogia de novelas policiais, uma para cada século da história carioca, cujos direitos de adaptação audiovisual foram vendidos para o cineasta Flávio Ramos Tambellini. Traduzido em inglês, francês, espanhol, italiano, catalão, turco, árabe e romeno, entre 16 idiomas, vencedor dos prêmios Casa de Las Américas, da Academia Brasileira de Letras, Machado de Assis (da Biblioteca Nacional) e da Associação Paulista dos Críticos de Arte, Alberto Mussa é um dos escritores mais originais da literatura brasileira contemporânea.
Chamado de “gênio” pela revista francesa Télérama, em sua literatura Mussa tira grande proveito de uma enorme erudição sobre civilizações antigas e culturas primitivas e de seu conhecimento da cultura popular brasileira. Seu romance O ENIGMA DE QAF (Record, 2004) foi publicado em mais de dez países além do Brasil. Em sua obra, o autor já recriou a mitologia dos antigos tupinambás; estudou a gênese pré-histórica dos mitos do roubo do fogo; traduziu a poesia árabe pré-islâmica; e escreveu, com Luiz Antônio Simas, uma história do samba de enredo.
A EXTRAORDINÁRIA ZONA NORTE
Primeiro romance de Alberto Mussa ambientado em tempos mais contemporâneos, precisamente na década de 70 do século passado, com o pano de fundo das ruas do Andaraí, Grajaú, Tijuca e arredores, onde ele cresceu e cujas histórias explora na trama, a EXTRAORDINÁRIA ZONA NORTE é uma narrativa policial que reúne muitos dos temas da obra de Mussa — as escolas de samba, o jogo do bicho, o esquadrão da morte, a umbanda, os botequins, os morros, o triângulo amoroso.
Mais uma magistral narrativa repleta de mistérios, crimes e adultério, que se desenrola em camadas, prendendo o leitor do início ao fim ao narrar a história do investigador particular Domício Rebouças, afilhado de Tobias Baeta, da mesma estirpe do perito Sebastião Baeta, protagonista de O SENHOR DO LADO ESQUERDO.

Status/Publicação: Em processo de escrita, a ser finalizado até janeiro de 2024.
O ENIGMA DE QAF
O ENIGMA DE QAF é um romance de aventura, a saga de um poeta-herói em busca do oitavo poema suspenso, “Qafiya al-Qaf”, da literatura árabe pré-islâmica . Construída a partir de três linhas narrativas ― a história do protagonista, as narrativas secundárias, quase um duplo da primária, e as lendas de heróis árabes ―, a trama reconstitui (ou inventa) o universo mágico de toda a mitologia dos tempos árabes anteriores ao Islamismo, no mesmo passo que recupera em português a vocação poética desse idioma.
Eleito pelo jornal O Globo, o melhor romance do ano de 2004 e vencedor dos prêmios APCA (Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte de São Paulo) e Casa de Las Americas 2005, na categoria Literatura Brasileira, por unanimidade do júri, a obra de Alberto Mussa alcançou projeção internacional e foi rapidamente traduzida para diversos idiomas.

Status/Publicação: pela Record (Brasil) em 2004; pela Anarchasis (França); Kapi Yayinlari (Turquia); Casa de las Américas (Cuba); Campo das Letras (Portugal); Fabula (Itália), Univers (Romênia); CNT (Egito); Edhasa (Argentina); Delakort (Bulgária);AS Varrak (Estônia), NovoVinilo Edicións (Galícia) e Ombra GVG (Albânia). [268 páginas]
A ORIGEM DA ESPÉCIE: O ROUBO DO FOGO E A NOÇÃO DE HUMANIDADE
Mitos pertencem, sobretudo, ao campo da etnologia. São ainda objeto da filosofia, da história das religiões, da sociologia, da psicologia, da psicanálise, de outros ramos do conhecimento. Que faz, então, um romancista, um contador de histórias como Alberto Mussa, no terreno do mito? Ele responde: “Mitos são, no fim das contas, apenas mais um gênero de narrativa; embora seja, para mim, o gênero por excelência – o mais exuberante, o mais perfeito entre todos, por condensar o máximo de conteúdo com um mínimo de expressão.”

A ORIGEM DA ESPÉCIE é um ensaio literário que reconstitui as personagens e o arcabouço da trama original do Mito do Roubo do Fogo – um poderoso programa ideológico, um código dos valores fundamentais da humanidade primordial, que inclui: o alimento cozido; a caça como expressão da inteligência; o tabu do incesto; e o poder “xamânico”, segundo o qual “ser plenamente humano é não ser apenas humano”. Assim reconstituído e interpretado, o Mito do Roubo do Fogo ainda lança luz sobre a polêmica questão da origem da linguagem, provavelmente surgida em hominídeos mais antigos que o Homo sapiens.
À semelhança de um filólogo que estuda e compara diversos manuscritos antigos e anônimos de um mesmo poema ou narrativa, Alberto Mussa escreve aqui, em sua obra mais radicalmente pessoal, o que pensa – ou o que sente – sobre o roubo do fogo, assim como sobre a compreensão da verdadeira noção de humanidade, concebida no paleolítico, ou a de sociedade, como existe hoje.

Nas palavras do autor: “Mitos, na verdade, são mais velhos que línguas; são mais antigos que populações. Já passa da hora de lhes dar a voz.”

Status/Publicação: Pela Record em 2021. [352 páginas]
COMPÊNDIO MÍTICO DO RIO DE JANEIRO | PENTALOGIA
Conjunto dos cinco volumes nos quais Alberto Mussa resgata parte da história do Brasil popular, a partir de mitos, superstições e mistérios.
São cinco novelas policiais, uma para cada século da história carioca. Em todos, Mussa utiliza crimes para reconstruir o mito do Rio de Janeiro.
A PRIMEIRA HISTÓRIA DO MUNDO | LIVRO 1
O romance baseia-se em parte da documentação de um caso real: o primeiro registro formal de um assassinato no Rio de Janeiro, em 1567, crime passional, história de adultério, que enredou, entre acusados e testemunhas, espantosos 15% da população da cidade (que não passava de 400).
Uma deliciosa trama policial, em que os mitos fundadores do Brasil, sobretudo os indígenas, serão fundamentais para a solução do caso.

Status/Publicação: Pela Record em 2014. [240 páginas]
O TRONO DA RAINHA JINGA | LIVRO 2
Combinando a agilidade típica das tramas de mistério e uma linguagem com precisão artística, O TRONO DA RAINHA JINGA é uma viagem pelo Rio do século XVII. Dos solares às senzalas, dos largos cheios de gente às vielas escuras. Reúne personagens que pertencem a todos os mundos: índios, caboclos, negros de várias partes da África, negros nascidos no Brasil, portugueses, cristãos-novos e mulatos.
Cada capítulo é narrado por um personagem diferente, com sua própria visão da história. O desfecho é imprevisível.

Status/Publicação: Pela Record em 2007. Vendido para Univers (Romênia). [132 páginas]
A BIBLIOTECA ELEMENTAR | LIVRO 3
Na calada da noite, na hoje chamada Rua da Carioca, um homem de casaca, pistola na mão, ameaça outro com capa à espanhola e botas de cano longo. Atracam-se. A arma dispara. O de casaca cai ferido mortalmente. Há uma testemunha, cigana, que também tem lá suas culpas. Entre os crimes que perpassam este romance policial situado no Rio de Janeiro do século XVIII, apenas um é de fato relevante; apenas um resume e simboliza o livro. E, contraditoriamente, é o único crime que não acontece.
Alberto Mussa opera com perícia a narrativa, conversando com o leitor e palpitando sobre os dilemas dos personagens sem abandonar o posto de narrador, ancorado em pesquisa do vocabulário da época, do contexto histórico, das ruas do Rio, do tráfico de escravos, do contrabando de ouro e da ação inquisitorial, sempre com uma técnica primorosa.

Status/Publicação: Pela Record em 2018. [192 páginas]
A HIPÓTESE HUMANA | LIVRO 4
Tiros na noite e um crime: são misteriosas as circunstâncias que envolvem o assassinato de Domitila, filha do coronel Chico Eugênio, dentro da chácara da família no Catumbi. A investigação fica a cargo do detetive Tito Gualberto, primo da vítima e hábil capoeira, que tentará completar o quebra-cabeça do crime. De tão real, a ficção de Mussa encontra sua crônica familiar numa ponta da história. Os muitos suspeitos do crime vão sendo revelados aos poucos, levando o leitor num redemoinho que confunde, aprisiona e inquieta.
Utilizando-se com primor da paisagem geográfica do Rio do século XIX e unindo mitologia indígena e africana para criar um cenário mítico tipicamente brasileiro, Alberto Mussa comprova a sua tese de que uma cidade não se define pelo temperamento de seu povo ou pela sua cultura, mas pela história de seus crimes.

Status/Publicação: Pela Record em 2017. [176 páginas]
O SENHOR DO LADO ESQUERDO | LIVRO 5
O assassinato do secretário da presidência da República em um prostíbulo de luxo no Rio de Janeiro em 1913 é o ponto de partida de uma investigação crucial. A apuração dos fatos descritos neste romance policial está além de uma simples sucessão de acontecimentos e pistas que levem à identidade do assassino — uma preocupação secundária do investigador, completamente absorvido pela figura sedutora de Aniceto, irmão da principal suspeita do crime, a prostituta que passou a noite com a vítima.
Um thriller instigante, que une a história do Rio de Janeiro a uma trama de suspense e prende o leitor até o fim.

Status/Publicação: Pela Record em 2011; pela E/O (Itália) e pela Europa (língua inglesa), Angle Editorial (Catalunha), Phoebus (França), Funambulisata (Espanha); pela Hohe (Etiópia); pela Kapi Yayinlari (Turquia) e Antolog (Macedonia). [304 páginas]